Na segunda-feira, ao tomar posse, Henrique Alves deu declarações que foram interpretadas como uma afronta à decisão da Corte; hoje, ele afirmou: 'tire o cavalinho da chuva'

Na segunda-feira, ao tomar posse, Henrique Alves deu
declarações que foram interpretadas como uma afronta à decisão do STF.
"Os outros Poderes, com todo o respeito... mas o Poder que representa o
povo brasileiro, na sua mais sincera legitimidade, queiram ou não
queiram, é esta Casa aqui, é o Legislativo, é Parlamento brasileiro",
disse ele na ocasião.
Nesta quarta, o novo presidente da Câmara destacou "o
respeito" entre os dois Poderes. "É imenso o respeito entre o
Legislativo e o Judiciário e vice-versa...Então cada um sabe sua
responsabilidade", declarou.
Alves afirmou ainda que o procedimento na Câmara para
confirmar a cassação dos deputados condenados no mensalão será "rápido",
mas é preciso o processo chegar ao Congresso primeiro. Ele disse que
cabe à Câmara cumprir as "formalidades legais" e sem possibilidades de
"confrontar o mérito".Em dezembro do ano passado, a maioria dos ministros do STF decidiu que os parlamentares envolvidos no mensalão, esquema de compra de apoio político no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deveriam perder seus mandatos assim que o processo for encerrado.
O julgamento da ação penal foi concluído, mas ainda falta a publicação do acórdão e recursos podem ser apresentados. Entre os condenados, estão o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
A decisão da Suprema Corte afeta os mandatos dos deputados José Genoino (PT-SP), João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT), todos condenados no julgamento.
A determinação do STF de cassar o mandato de deputados condenados provocou um embate com o Congresso e gerou diversas interpretações sobre que poder - Legislativo ou Judiciário - tem a prerrogativa de tomar mandatos de parlamentares.
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