O vereador de Belo
Horizonte e delegado Edson Moreira (PTN), presidente do inquérito que
investigou a morte de Eliza Samudio, disse que ficou satisfeito com a
condenação do goleiro

O vereador de Belo Horizonte e delegado Edson Moreira (PTN), presidente
do inquérito que investigou a morte de Eliza Samudio, disse que ficou
satisfeito com a condenação do goleiro Bruno Fernandes, na madrugada
desta sexta-feira, no Fórum de Contagem, região metropolitana. Depois de
cinco dias de julgamento, o réu foi condenado a 22 anos e três meses de
prisão pela morte, sequestro e ocultação de cadáver da ex-modelo.
Depois da repercussão do caso Bruno, como ficou
conhecido, Moreira ganhou destaque na mídia e se candidatou para as
eleições municipais de 2012. O delegado foi eleito como um dos
vereadores mais votados. Na manhã desta sexta-feira, ele foi
parabenizado pelos colegas na Câmara dos Vereadores pela investigação
feita no caso. "Estou recebendo vários agradecimentos pelo trabalho
feito no caso", disse.
De acordo com Moreira, a condenação de Bruno provou que a
linha de investigação da Polícia Civil estava correta. "Eu acho que os
jurados entenderam que a investigação estava certa. Inclusive a defesa
do Bruno. Eu achei o julgamento muito bom. Isso mostrou que estávamos na
linha certa", contou.
Moreira considerou a pena concedida ao atleta
satisfatória. Contudo, para ele, a lei de execução penal é muito branda
no País. "A pena esta num patamar razoável. O que atrapalha é a lei de
execução penal que temos. Ela tem que ser mudada. Não pode a pessoa que
comete um crime hediondo sair depois de poucos anos cumprindo apenas um
terço da pena", alertou.
O caso Bruno
Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.
Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.
No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem
considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o
Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco
depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha
Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno,
também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia
buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do
goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou
à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada
pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como
Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato,
o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.
No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou
todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como
mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão
foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009,
pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de
prisão.
Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno,
Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por
homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também
por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson
responderiam por sequestro e cárcere privado.
No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao
julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias
depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu
desmembrar o processo. O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e
Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013,
Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e
seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues
do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi
absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é
acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013.
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