Ministro das Relações Exteriores diz que grupo interministerial vai aprofundar investigações
O ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, declarou, nesta quarta-feira (10), que o governo brasileiro não está satisfeito com as explicações fornecidas pelos Estados Unidos sobre as denúncias de espionagem no Brasil.
Após quatro horas de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado, o ministro ponderou que as relações bilaterais em Brasil e EUA é importante para o País, mas que espera maiores esclarecimentos sobre o sistema de vigilância americano.
— Os Estados Unidos são o segundo parceiro comercial do Brasil, temos diálogos sobre inúmeros assuntos. Esse tema surgiu em função de uma denúncia veiculada por um cidadão norte-americano [...] e estamos tentando verificar a procedência. Nós consideramos que é necessário identificar quesitos adicionais.
Segundo Patriota, mesmo depois da convocação do embaixador americano, Thomas Shannon, para prestar esclarecimentos no Palácio do Itamaraty, o governo brasileiro ainda tem questionamentos sobre as denúncias de espionagem.
O ministro lembrou que foi para investigar a fundo o suposto esquema que a presidente Dilma Rousseff instalou um Grupo Técnico Interministerial com o objetivo de analisar o caso e propor medidas cabíveis.
Defesa quer mais investimentos
O ministro da Defesa, Celso Amorim, que também participou da audiência no Senado, admitiu que o País está vulnerável e cobrou maiores investimentos em tecnologia.
Amorim considerou um avanço o fato de governo ter considerado a cibernética como uma área estratégica, mas avalia que é preciso direcionar mais recursos para o desenvolvimento de sistemas de proteção de dados.
— O fundamental nisso é investir em tecnologia nacional. Reconheço: isso não se faz do dia para noite, mas tem que ter a determinação de fazer.
Durante a audiência, o ministro da Defesa lembrou que estão previstos pouco mais de R$ 100 milhões para desenvolvimento de métodos para barrar ataques cibernéticos em 2013.
Segundo ele, o investimento brasileiro corresponde a 25% do total de recursos que o Reino Unido direciona para proteger informações sigilosas.
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